É
importante que se perceba e esclareça que política não se resume a partidos
políticos.
Política
é a acção em função das pessoas, normalmente, relativo à gestão e administração
de grupos populacionais, como autarquias ou estados e países. Mas desengane-se quem acha que agir para e
pelos outros não é sempre política. Quando participamos numa associação,
num grupo desportivo, numa instituição, e agimos no sentido da promoção dos
outros, criando plataformas e condições favoráveis e de melhoramento da
vivência dos outros, seja com que tipo de serviços forem, estamos a fazer
política.
Aqui,
e dependendo – obviamente – das intenções de cada um, estaremos a promover a
nossa própria auto-estima, realizando acções que promovem algo de bom nos
outros. A continuação de boas práticas promove outras, motivando quem as
pratica. É importante termos objectivos e conseguir alcançá-los, mas sobretudo,
pensar como os podemos alcançar. E esta é claramente uma boa forma. A esperança
não desaparece quando vemos que a nossa acção faz bem nos outros, e que os
outros se sentem mais esperançados e motivados na sua própria acção e vivência
pelo exemplo que lhes foi prestado. Esta
é a cooperação da sociedade, funcionar uns para os outros. Isto é fazer
política.
Todas
as variáveis que foram faladas nesta e na publicação anterior – esperança,
percepção de controlo e de segurança, auto-estima e motivação – dependem da
nossa percepção do quanto estamos inseridos, do quanto somos ouvidos, do quanto
nos parece que algo é feito por nós quando é evocado em nosso nome. Mas nem
sempre esta percepção é correcta, pois as variáveis que a influenciam são
muitas.
Diria que a percepção de controlo
tem aqui um papel chave. Se percebermos
o que podemos influenciar no meio, se percebermos o que podemos e devemos
controlar do que nos rodeia, se percebermos que devemos partilhar o controlo
sobre diversas actividades e situações, conseguimos estar melhor connosco
próprios, em coerência, e promover em nós bem-estar psicológico, essencial para
a calma necessária à percepção correcta das outras variáveis.
Nem tudo é realidade, mas tudo são
percepções.
Tiago
A. G. Fonseca
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