segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Bom Ano de 2013!


            Mais um ano que termina, mais um que começa.
Que apesar de todas as dificuldades que nos são apresentadas, saibamos fazer deste ano de 2013 um ano de oportunidades.          

A equipa do Psicologia Para Psicólogos deseja a todos os seus leitores um excelente ano de 2013!

Psicologia Para Psicólogos

domingo, 30 de dezembro de 2012

Passagem de Ano como Marco de Objectivos


Há sempre razões para se comemorar a passagem de ano.
São as mesmas que nos fazem festejar marcos de vida, como aniversários, graduações e/ou promoções. São objectivos que vão sendo alcançados, por nós ou pelos que nos rodeiam, e que, de alguma forma, não queremos deixar esquecer ou passar sem algum tipo de brilho.
A Passagem de Ano é, assim, o concretizar de um objectivo mais geral da sociedade: o festejar do ano que começa, celebrando o fim do actual.

Diria, do ponto de vista psicológico, que é uma altura com um forte cariz de introspecção. É a altura certa para o ponto de situação pessoal e para realizarmos a nossa avaliação do que foi, do que é e do que deve ser.
Assim, a razão fundamental para esse festejar este marco é a renovação da nossa atitude perante a vida. A renovação do queremos para nós, para os que nos rodeiam. O que queremos de diferente, o que queremos melhor, o que não queremos e o que queremos mais.
É perceber o que precisamos e o que temos e, principalmente, é perceber o que temos de fazer para alcançar o que queremos e como o fazer. Mas só percebendo bem o que temos é que vamos perceber o que precisamos. Esse tem sido o grande desafio de 2012: perceber bem o que se tem para não se precisar de mais, ou, nesse sentido, não se precisar mais do que se precisa efectivamente.

Em suma, devemos tentar fazer desta passagem, de um ano para o outro, uma forma de determinação em realizar objectivos pessoais, bem como construir objectivos importantes que se mostrem necessários ao nosso bem-estar. Este é o equilíbrio da realização pessoal, onde conseguimos pensar no que temos pelos objectivos pessoais já conquistados e, por outro lado, conseguimos delinear objectivos futuros para o que nos falta.

Que 2013 seja um ano de objectivos pessoais alcançados para todos!

Tiago A. G. Fonseca

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Percepcionar um Sorriso

Quero dar-vos algumas informações antes de atentarem à imagem que se segue:
- A imagem refere-se a um anúncio de uma conhecida marca de pasta de dentes;
- Os dentes são das primeiras partes do corpo para onde olhamos quando nos dirigimos a alguém;

Vejam agora a imagem.
(Carrega na imagem para a veres em tamanho real)

Em que repararam nas três imagens?
No grande sorriso dos intervenientes? Nos restos de comida nos dentes dos senhores?

E repararam que na primeira imagem, o homem não tem uma orelha?
E repararam que na segunda imagem, o braço que está por cima do ombro do homem pertence a alguém que não está na imagem?
E repararam que na terceira imagem, a senhora tem seis dedos na mão?
Sim, podem ir confirmar.

As informações iniciais são as oferecidas pelo anúncio quando este é visto, e servem para influênciar a nossa percepção, direccionando-a. São activados os mecanismos de selecção perceptiva baseados na informação disponível.

Um olhar mais cuidadoso iria ver os erros, mas iria demorar mais tempo que o normal, se as indicações iniciais fossem, apenas, descobre os 2 erros presentes em cada segmento da imagem.
 
Este é um exercício que nos diz muito sobre a percepção.
A primeira, é que a mesma é manipulável pelo meio e pelas informações neste disponíveis. Outra, é a forma como a nossa percepção segue uma padrão de acção baseado na experiência, mesmo que, e neste caso, não ver uma orelha ou ver um braço a mais ou mesmo um dedo a mais seja mais fácil do que uma simples mancha nos dentes de alguém.
 
No entanto, este anúncio serve o seu propósito. Fazer notar que é mais importante o sorriso de alguém do que outras falhas que, apesar de tudo, consideramos mais importantes do ponto de vista estrutural.

Tiago A. G. Fonseca

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

[The Naked Lunch]: No planeta seguinte vivia um bêbedo…


E como estamos em época natalícia deixo-vos um excerto de um livro que eu considero magnífico.

“No planeta seguinte vivia um bêbedo. Foi uma visita muito curta, mas que mergulhou o principezinho numa grande melancolia.
 - O que é que estás a fazer? – perguntou ele ao bêbedo que foi encontrar muito calado, diante de uma colecção de garrafas vazias e uma colecção de garrafas cheias.
- Estou a beber – respondeu o bêbedo, com um ar lúgubre.
- E porque é que estás a beber? – perguntou o principezinho.
- Para me esquecer – respondeu o bêbedo.
- Para te esqueceres de quê? – perguntou o principezinho, que já começava a ter pena dela.
- Para me esquecer de que tenho vergonha – confessou o bêbedo, baixando a cabeça.
- Vergonha de quê? – tentou informar-se o principezinho, cheio de vontade de ajudar.
 - Vergonha de beber! – concluiu o bêbedo, fechando-se definitivamente ao seu silencio.
E o principezinho foi-se embora, perplexo.
“Não há dúvida de que as pessoas grandes são mesmo muitíssimo esquisitas”, foi o que ele foi a pensar, durante a viagem.”

O principezinho, Antoine De Saint-Exupéry 

            Ana Nunes da Silva

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Natal 2012


            A publicação que abriu este blog referir a diferença entre o Ter e o Ser, aplicados à política, na sua rubrica própria.

            Esta é uma altura onde esta distinção está mais em voga, e que claramente, cada vez se torna mais importante. Ser e Ter, numa comunhão ideal, onde Ser é mais do que Ter.

Sem crenças associadas, apenas com a noção da culturalidade a esta data associada, o Psicologia Para Psicólogos deseja a todos os seus leitores um Feliz Natal!

Psicologia Para Psicólogos

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Da Psicologia: O Ser Bipolar


Todas as profissões têm vocabulário próprio. Este tende a ser utilizado na teoria e depois, adaptado à prática. A Psicologia não foge a isso. Mas aqui surge outro fenómeno: as palavras com um sentido em Psicologia e com outro no senso comum.
Problemas? Nas duas dimensões em separado, nenhum. Quando se dá a junção de ambas, isto é, em contexto psicológico (clínico, organizacional, etc), surgem as dificuldades de adaptação da linguagem, de percepção de significados e, de desconstrução dos esquemas elaborados devido a essas palavras.
Como irei ver isto? Pela comparação das definições encontradas no senso comum (por entrevista directa), contrapondo-as ao conhecimento Psicológico. Assim, surge mais um grupo de publicações a que chamarei "Da Psicologia".

A primeira desta série é o ser Bipolar.

Para o senso comum, encontrei que ser Bipolar é “mudar de estado de espírito muito rápido”, “ter variações de humor diariamente”, “fazer escolhas diferentes todos os dias, para as mesmas coisas” e ainda, “ser incoerente nas suas atitudes”.
A bipolaridade é assim vista, para o senso comum, como um eixo do humor individual, onde cada um desliza ao longo do dia, fazendo variar o seu humor e daí, os seus comportamentos. Mas não.

Afinal, o que é ser Bipolar? Segundo o DSM-IV (APA, 1994), a Perturbação Bipolar divide-se em 4 outras perturbações, sendo as duas principais a Bipolaridade Tipo I e a Bipolaridade Tipo II:
ᴪ “Perturbação Bipolar I é caracterizada por um ou mais episódios Maníacos ou Mistos, normalmente acompanhados de episódios de Depressão Major”.
ᴪ “Perturbação Bipolar II é caracterizada por um ou mais episódios de Depressão Major, acompanhados de pelo menos um episódio Hipomaníaco”.

Percebendo pelo vocabulário Psicológico/Psiquiátrico a complexidade da Perturbação Bipolar, podemos confirmar que ser Bipolar é mais do que uma “simples” alteração de humor, onde a variância ocorre entre estados de Perturbação Severa, Depressiva Major ou Maníaca/Hipomaníaca, numa perda de clara funcionalidade pessoal.

De forma humorística, a imagem a baixo mostra o que é tido como Bipolaridade, para o senso comum.
 

Tiago A. G. Fonseca

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

[Criminal-Forense]: Stalking: É crime?


Apesar do stalking ainda não ser considerado crime em Portugal, este tipo de comportamento já é criminalizado noutros países, como na Itália e nos Estados Unidos. Porquê tipificá-lo como crime?
Os actos persecutórios a que estão submetidas as vítimas podem ser diretos, como telefonemas continuados, ameaças, injúrias, perseguição e agressões físicas, mas também indiretos como causar danos à viatura, residência ou animais, utilizar a caixa de correio ou redes sociais, e enviar prendas não desejadas. Normalmente os ofensores são pessoas conhecidas da vítima, sendo que a maior parte das vítimas são do sexo feminino.
As vítimas de stalking temem pela sua própria segurança e pela dos outros à sua volta, podendo vir a sofrer de ansiedade. Alteram frequentemente os próprios hábitos, incluindo de residência, número de telefone, posto de trabalho, evitando sair sozinhas. Têm também dificuldade em pedir ajuda por medo, vergonha, esperança que acabe depressa ou por subvalorizarem o sucedido.
Estes comportamentos que têm como intenção controlar e limitar a liberdade à vítima podem ser vistos como “ciúmes normais” quando cometidos por um ex-companheiro ou tentativas de cortejamento, existindo assim uma descredibilização por parte dos agentes de autoridade e sistema judicial. No entanto, torna-se também difícil de reunir provas e definir o crime devido à multiplicidade de condutas que podem ser realizadas pelo ofensor.

Ana Lopes

sábado, 15 de dezembro de 2012

Os Psicólogos Marcam a Diferença (OPP)


No sentido de vincar a importância dos psicólogos nos diferentes contextos - clínico, educacional e organizacional -, a Ordem dos Psicólogos Portugueses promoveu “Os Psicólogos Fazem a Diferença”.


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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

[Temporário]: Contracto Psicológico


O contrato psicológico pode ser definido como as perceções que o trabalhador tem acerca das obrigações que a organização tem para com ele e das obrigações que este tem para com a organização (Rousseau, 1995). Assim, o contrato psicológico traduz-se num conjunto de crenças subjetivas, detidas por uma entidade em particular, e que não requer a concordância entre as duas partes envolvidas, distinguindo-se desta forma do contrato formal cujas obrigações estão escritas e são explícitas para o trabalhador e empregador.
Tendo em consideração a sua natureza idiossincrática, a principal relevância deste conceito reside no modo como o contrato e as suas características são percecionados e experienciados (McLean Parks, Kidder & Gallagher, 1998).
De acordo com Rousseau (1995), os trabalhadores derivam os termos do seu contrato psicológico de três maneiras principais: 1) através da visão que os colegas e supervisores têm das obrigações que existem entre o trabalhador e o empregador; 2) pela observação de como os colegas e supervisores se comportam e são tratados pela organização; 3) e por pistas fornecidas pela própria organização, tais como sistemas de compensação formais e benefícios. Deste modo, tanto as pessoas como as práticas de recursos humanos transmitem aos trabalhadores o que a organização espera deles e o que podem esperar em troca.

Com o constante aumento do número de pessoas que recorrem ao trabalho temporário, torna-se essencial perceber as diferenças entre o contrato psicológico destes trabalhadores e o contrato psicológico dos trabalhadores permanentes. Comparativamente com os trabalhadores permanentes, os trabalhadores temporários apresentam tarefas mais restritas, percecionando um menor número de obrigações. Assim, os trabalhadores temporários tendem a responder, de forma recíproca, a este desinvestimento por parte do empregador, não estando tão implicados com a organização e sendo menos propensos a manifestar comportamentos de cidadania organizacional (Coyle-Shapiro & Kessler, 2002).
No caso dos trabalhadores temporários de agência há que ter em conta a relação dual que estes estabelecem com a agência de trabalho temporário e com a organização cliente, onde estes desempenham as suas funções, e as potenciais diferenças entre os contratos psicológicos constituídos com cada uma das entidades. Por exemplo, os estudos mostram que os trabalhadores temporários manifestam maior implicação para com a organização cliente do que para com a agência (Benson, 1998; Van Breugel, Van Olffen & Olie, 2005).
A rutura do contrato psicológico, i.e. a crença por parte de um trabalhador de que a organização não cumpriu as suas obrigações para com ele, produz afetos negativos (Morrison & Robinson, 1997), reduz a confiança na organização (Robinson, 1996) e leva a uma diminuição do desempenho (Robinson & Morrison, 1995).
Por outro lado, o cumprimento do contrato psicológico está positivamente relacionado com o desempenho dos trabalhadores (Coyle-Shapiro & Kessler, 2002), com a implicação destes com a organização (Coyle-Shapiro & Kessler, 2000) e com comportamentos de cidadania organizacional (Robinson & Morrison, 1995), e tem uma associação negativa com a intenção de turnover (Turnley & Feldman, 1999).
Dado o potencial simultaneamente positivo e negativo do contrato psicológico, penso que as organizações devem ter cuidado nas mensagens que transmitem aos seus trabalhadores, bem como na gestão das expetativas dos mesmos para que possam colher os frutos do cumprimento dos contratos. Devem, no entanto, tomar especial atenção aos contratos psicológicos dos trabalhadores temporários, considerando o enriquecimento da função destes trabalhadores, por forma a aumentar a sua implicação com a organização.

Mafalda Espada

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

[The Naked Lunch]: Lei Contra as "Drogas Legais"


Nem de propósito! Na sequência do último post, enviaram-me esta notícia do jornal Público, onde é referido que o “IDT avança com lei contra as "drogas legais" nas smartshops até fim do mês”, portanto até ao final do passado mês de Novembro.
[Só um pequeno aparte - Para quem não sabe o IDT já não existe. Foi extinto e agora integra a Administração Regional de Saúde (ARS) e criou-se uma estrutura que é o SICAD (Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências), continuando a estrutura a ser presidida pelo Dr. João Goulão.]
Ao que parece a Região Autónoma da Madeira já tem legislação para esta matéria, apesar das reservas apresentadas pelo tribunal constitucional… e foi publicada pela assembleia legislativa dessa Região a 22 de Outubro do corrente ano. Pelo que pude perceber pelo artigo da revista “Dependências” de Outubro de 2012 (para os interessados esta revista encontra-se disponível no portal da saúde) “O regime legal criado institui uma suspensão de venda das novas substâncias, pelo período de 18 meses, obrigando que o interessado tenha de obter prova que as mesmas não acarretam risco para a saúde.”.
Neste sentido vem também o Presidente do SICAD, Dr. João Goulão, referir o avançar da proposta de criação de legislação por todos os riscos associados a estas substâncias, como já referido anteriormente. Aliás ele tem vindo nos últimos tempos a referir estes riscos, sendo que a última vez que o ouvi a falar sobre a gravidade desta situação foi no XXV Encontro da Taipas realizado no passado mês de Outubro. Contudo, não conheço, nem consegui encontrar referências ao conteúdo da proposta do SICAD, nem se vai no mesmo sentido da proposta da Região Autónoma da Madeira.
 
Não sei se ultrapassar o problema dos consumos, ou das dependências, passa exclusivamente pela legislação, mas pelo menos que os consumidores tenham total conhecimento dos riscos associados a estas substâncias.

            Ana Nunes da Silva


Segue abaixo o link da noticia.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

[Psicologia e Política]: Percepções


Numa publicação anterior (Realidade e Percepção), que fiz de forma livre, e por isso, não inserida nesta rubrica, está a introdução rápida para esta publicação.

A pergunta a que quero responder é, de forma simples, porque é que um indivíduo acha uma coisa e o indivíduo do lado acha outra?

A resposta, como já devem ter percebido, é Percepção.
Antes de mais, é importante entender que a Realidade, algo que se pensa universal e geral, é na verdade, uma Realidade Percebida. Ou seja, existe efectivamente uma realidade geral, que são os factos e as lógicas culturais (entre outros), mas a que nos rodeia, de forma principal e que se soma a esta universal, é uma realidade interpretada por nós, e não a dita universal. Esta interpretação envolve as nossas experiências de vida, a nossa personalidade, e as situações com as quais nos deparamos dia-a-dia. Esta é a razão de fundo para a diferença de opiniões.
Mas mais existem.
Todas as pessoas são diferentes. Todas são sujeitas a vários estímulos e factores. Mas estes são diferentes. A forma como cada um recebe uma notícia e a encaixam na sua percepção, é diferente. E, mais uma vez, as avaliações das consequências e causas, relativas a certa notícia geral, são, também elas, diferentes.

O estado do país é percebido por toda a gente de forma diferente. Dir-me-ão que o estado do país é igual para todos. Mas isso é falso. A percepção dele é diferente para todos. E esta é apenas a parte da dita realidade.
A parte consequente, a das medidas tomadas, é a segunda tomada de acção pela percepção, onde certas medidas farão sentido, e outras não, para a mesma dita realidade. As causas e consequências de certas medidas são tidas em conta de forma diferente por cada pessoa. Esta é a principal razão para a existências de partidos e/ou movimentos, de grupos e associações de objectivos comuns. Percepções individuais semelhantes, com interpretações e conclusões semelhantes, conjugadas entre si.
A aceitação desta diferença faz também parte da percepção. A forma como a liberdade de pensamento é tida para cada um, faz parte de como cada pessoa acha para si que as coisas em seu redor fazem ou não sentido.
Simplesmente há pessoas que preferem, de forma percebida, achar que a sua percepção é melhor percebida do que a percepção dos outros.
Percebem?


Tiago A. G. Fonseca

sábado, 8 de dezembro de 2012

Motivações para a Psicologia #02


Numa segunda fase, temos quem, já estando a aprender Psicologia, esteja agora no 2ºano, a encarar a continuidade no curso e nesta aprendizagem. Deverá começar a crescer o sentido de responsabilidade e o pensamento da coerência da escolha e das suas consequências.

Assim, desta vez, a questão que coloquei a duas estudantes de Psicologia foi:

Psicologia. Porque continua a fazer sentido?

Eis as respostas:

Ana Mesquita, 2ºAno, Mestrado Integrado em Psicologia
Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa
Primeiro que tudo, Porquê Psicologia? Penso que porque voltei a sentir a típica curiosidade da criança, quando tenta encontrar explicação para tudo. Ao olhar à minha volta via que precisava de perceber porque é que o ser humano pode ser cruel, invejoso, vingativo, na mesma medida em que pode ser atencioso, prestável e generoso. Foi, sem dúvida, uma escolha egoísta, numa tentativa de encontrar as respostas às questões que tanto me inquietavam.
            O primeiro ano foi um alargar de horizontes, um descobrir a essência da Psicologia e tudo aquilo a que se aplicava. O que antes era um mundo de ciências como a Física ou a Biologia, tornou-se muito mais um mundo de motivações, de crenças, de aprendizagens e, no fundo, de comportamentos explicáveis.
            O segundo ano é o continuar de uma jornada definitiva no meu projecto de vida. É, mais do que antes, perceber que a escolha fora a correcta, que o que antes queria era só uma sombra do que poderei vir a ter (e ser), e é, uma vez mais, e desta mais afincadamente, afirmar que a Psicologia é “a minha praia”.
            E porque continua a fazer sentido? Porque o ser humano é um indivíduo, mais até que um ser biológico, e porque esta percepção, mais do que revoluciona, fascina. Porque cada cantinho do mundo é influenciado por nós, e o facto de poder perceber um pouco do que nos move, é perceber mais um pedaço, ainda que quase insignificante, desse mundo que também é nosso. Faz sentido porque continua a ser-me imprescindível uma maior compreensão dos outros e, acima de tudo, de mim, enquanto indivíduo genérico e enquanto eu, passado, presente e possível futuro.

Filipa Vieira, 2ºAno, Mestrado Integrado em Psicologia
Instituto Superior de Psicologia Aplicada
Porque sim! Porque é bom sentir que consigo com algumas palavras ajudar bastantes pessoas a conseguirem continuar com as suas vidas. O meu primeiro ano não me fez adquirir grandes conhecimentos, mas neste 2º ano estou a aprender muito mais e estou a ficar mais contente com o curso. Mas sim, basicamente aquele é o meu motivo: ajudar as pessoas através de palavras e de apoio! Faz-me sentido, não sei explicar melhor.

Que vos parece?

Tiago A. G. Fonseca

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pós-Graduação: Intervenção Cognitivo-Comportamental (15.12.2012)


PÓS GRADUAÇÃO EM INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
III EDIÇÃO*
COIMBRA | 15 de Dezembro de 2012


ENQUADRAMENTO:
-Esta Pós-Graduação visa a prática profissional no âmbito muito específico da psicoterapia, estando especialmente desenhada para profissionais possuidores de habilitação prévia para este tipo de intervenção clínica.
-O Curso tem como objectivo geral a aquisição, o desenvolvimento e o aprofundamento de conhecimentos necessários sobre os principais quadros Psicopatológicos no que se refere a diagnóstico, classificação, avaliação e intervenção cognitivo-comportamental, para uma intervenção enquadrada nas boas práticas da Psicologia Clínica.
-Formação de acordo com protocolos de tratamento empiricamente validados.
-Exploração de situações clínicas. Conceptualização e discussão de Casos Clínicos.   

DESTINATÁRIOS:
Estudantes finalistas Universitários e Profissionais na área da Psicologia; Licenciados e Profissionais na área da Psiquiatria e Internos de PedoPsiquiatria; Estudantes finalistas e Profissionais na área da Pediatria; Técnicos da área da Saúde Mental e áreas afins.

COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR:
-Formação científica completa, rigorosa, actualizada e prática em Psicopatologia e Psicoterapia -Cognitivo-Comportamental.
-Competência de avaliação clínica, diagnóstico e diagnóstico diferencial
-Competências técnicas específicas de avaliação e intervenção.
-Capacidade de avaliação dos resultados da intervenção.
-Desenvolvimento de capacidade reflexiva crítica. 


 

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*Os 3 primeiros leitores a enviarem via email (psicologiaparapsicologos@gmail.com) ou via facebook uma mensagem com o seu Nome e Indicação de Participação, ganham um desconto de 50% no valor total do curso (excluindo o valor da inscrição)

Pós-Graduação: Psicologia Forense (15.12.2012)

PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA FORENSE*
COIMBRA | Início a 15 de Dezembro de 2012


OBJETIVOS:
-Identificar os campos de atuação da Psicologia Forense e Criminal.
-Caracterizar o fenómeno da criminalidade, tendo presente a diversidade inerente aos vários tipos de crime, seus agressores e suas vítimas.
-Promover competências no planeamento, execução e avaliação de planos de intervenção nos contextos do comportamento desviante e da criminalidade.
-Identificar os aspetos éticos e deontológicos associados a esta área científica.
-Desenvolver competências relativas à investigação, aferição e validação de provas de avaliação psicológicas adequadas às necessidades do trabalho efetuado no âmbito das populações/amostras forenses e criminais.

COMPETÊNCIAS A ADQUIRIR:
Dotar os profissionais de conhecimentos, competências e capacidades para uma atuação técnica e ética na abordagem de solicitações de perícias psicológicas forenses. 

DESTINATÁRIOS:
Estudantes universitários e profissionais nas áreas da Psicologia, Psiquiatria, Serviço Social e outros estudantes ou profissionais com interesse na área que procurem obter competências profissionais especializadas para responderem às necessidades apresentadas por Instituições do Sistema de Justiça bem como por organismos de prevenção ou apoio a vítimas de crime.




(Carrega na imagem para a veres em tamanho real)
 
*Os 3 primeiros leitores a enviarem via email (psicologiaparapsicologos@gmail.com) ou via facebook uma mensagem com o seu Nome e Indicação de Participação, ganham um desconto de 50% no valor total do curso (excluindo o valor da inscrição).

Parceira: Associação Central de Psicologia


            É com muito agrado que o Psicologia Para Psicólogos anuncia a sua parceria com a Associação Central de Psicologia!
            Esta parceria traz consigo várias ofertas para os nossos leitores, ao nível das formações por si organizadas.
            Acompanhem a Associação Central de Psicologia no seu site e/ou no seu facebook.


 
Psicologia Para Psicólogos

Workshop: Performance Change Management (11-12.12.2012)


PERFORMANCE CHANGE MANAGEMENT
Workshop dias 11 e 12 de Dezembro de 2012

A gestão da mudança no sentido da implementação de culturas de elevada performance e produtividade implica intervir de forma sistémica, dando continuidade a diferentes projectos sob a forma de programas com um mesmo fim: mudar comportamentos e induzir melhores resultados!

Destinatários: Gestores globais, de áreas funcionais ou de equipas e profissionais ligados à gestão de recursos humanos.

Objectivo: Transmitir conceitos, boas práticas internacionais e experiências relacionadas com a gestão da mudança para a implementação de “culturas de resultado”, onde os processos de definição e avaliação de objectivos, feedback, incentivos, mapeamento de potencial e desenvolvimento de competências são integrados numa perspectiva sistémica, promovendo mudanças culturais performance driven com impacto em toda a organização.

PARA MAIS INFORMAÇÕES CONSULTE O ANEXO OU VÁ AO SITE WWW.HUMANPERSI.PT



 
















(Carrega nas imagens para as veres em tamanho real)
 
Psicologia Para Psicólogos

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

[Envelhecer]: Envelhecer: É Outono ou Inverno?


Se encararmos o ano e as suas estações como uma metáfora para o ciclo de vida dos humanos, tal como é sugerido por algumas crenças religiosas/espirituais, o outono corresponderia à “meia idade” e a velhice ao inverno.
Aprecio esta ideia porque, frequentemente, quando se fala de envelhecer, fala-se em perdas, em sofrimento e tristeza. Mas o inverno não são só dias de chuva e muito frio apesar de o ser também. São exatamente os dias chuvosos e feios que enaltecem e nos fazem apreciar muitissimo mais a beleza dos raios de sol. O frio aguça os sentidos e faz parecer muito mais aconchegante o calorsinho do sol a bater na cara num fim de tarde. Apesar de sermos avisados para  a importância dos pequenos prazeres ao longo da vida, é especialmente saliente a sua relevância no final. Talvez porque a fome de outras coisas foi satisfeita ou porque já se teve de tudo um pouco (ou muito) deixe de saber ao mesmo, a fome de se viver simplesmente seja a que resta, a fome de estar no aqui e agora, de amar e de estar com quem se ama, vivendo cada momento como se nada mais importasse.

É claro que nem todos os que envelhecem conseguem (ou sabem, ou querem) saborear essa parte da viagem, tal como nem todos saboreiam a sua infância ou adolescência, seja por que motivo for.
O que importa sublinhar é que tal como a preparação do inverno começa na primavera também a preparação do nosso envelhecer deve ser começada desde pequenitos. A aprender a apreciar a velhice, mesmo que seja o envelhecer dos 6 para os 7 anos já é envelhecer. Ensinar os mais pequenos a não temerem a velhice, a não a vermos como uma fase de vergonha, triste, mal-cheirosa e de sofrimento. Deveriamos mostrar-lhes que tal como todas as restantes estações do ano tem coisas boas, como o natal, a lareira, uma cama quentinha em dias de chuva, as laranjas e os limões com tudo a cheirar a canela, e menos boas como o frio que gela os ossos, os pés molhados, gripes e constipações, o custar a sair da cama de manhã, não deixando de ser mais uma parte do precurso que fazemos por cá.

Ana Carla Nunes

domingo, 2 de dezembro de 2012

A Escolha dos Botões


Escolhe, o mais rápido possível, um botão para carregares. Só depois continua a ler.
 
 
Na imagem são mostrados dois botões.
O da esquerda, vermelho, tem escrito “The blue button is true”.
O da direita, azul, tem escrito “The red button is false”.
A tendência inicial é escolher a cor: Vermelho ou Azul?
Depois, o cérebro realiza algo que é impossível ao ser humano não realizar quando sabe: ler. Assim, há duas palavras que saltam: “True” e “False”.
E aqui o cérebro já escolheu um botão.
E das duas hipóteses seguintes, uma acontece: a) Houve escolha prévia ao pensamento e pode ter sido correcta ou não, ou b) foi preciso muito tempo para escolher acertadamente.
A percepção é resultado das diferenças entre os estímulos disponíveis na situação, aliada às experiências anteriores de reforço, punição e/ou familiaridade.
É preciso demorar algum tempo, pensar, ver bem o que está a nossa volta e realizar uma boa avaliação da situação para se escolher a opção correcta. Se não, vamos pela percepção, e pode estar certo ou errado.
            A tua escolha foi para que botão?
Tiago A. G. Fonseca

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

[Educação e Orientação]: Orientação em Portugal (2ª Parte)


… Em Portugal, tudo começou em 1925 com a criação do Instituto de Orientação Profissional (IOP) pelo Decreto-Lei nº 10986 de 31 de Julho. Nos primeiros anos, a história do IOP confunde-se com a do seu primeiro diretor, António Sena Faria de Vasconcelos (1925-1939). Do ponto de vista conceptual, o IOP seguia um modelo de emparelhamento que, até à época, constituía a inspiração da Orientação Profissional. Segundo Vasconcelos a Orientação “consiste em escolher a profissão ou grupo de profissões que mais convêm a um indivíduo, às suas aptidões físicas e mentais diagnosticadas mediante uma série de exames apropriados, tendo em conta não só as exigências características da profissão mas também as condições do mercado de trabalho[1].
O IOP foi, até 1983, a única instituição responsável pela orientação. A partir desta data o Ministério da Educação coloca psicólogos nas escolas cuja intervenção é coordenada pelas Faculdades de Psicologia e de Ciências de Educação das Universidades de Coimbra, Lisboa e Porto. A prioridade da intervenção incide no apoio à implementação dos projetos dos alunos de via Técnico-Profissional, então criada, e na Orientação Escolar e Profissional dos alunos do 9.º ano de escolaridade.
Mais tarde, o Decreto-Lei nº 190/91 de 17 de Maio regulamenta o estipulado na Lei de Bases (1986), criando os Serviços de Psicologia e Orientação (SPO), que passa a integrar Psicólogos, Professores Conselheiros de Orientação Escolar e Profissional e Técnicos de Serviço Social. Este serviço existe, ainda, nas nossas escolas.

O SPO tem um âmbito de intervenção alargado no contexto escolar, destacando-se as seguintes áreas:
- Orientação Escolar e Profissional
- Apoio Psicológico e Psicopedagógico
- Aconselhamento/Consultoria à Comunidade Escolar
- Atividades de Formação
- Desenvolvimento de projetos

João Baptista


[1] Faria de Vasconcelos, A. S., Boletim do IOP, 1928, p. 16.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

[The Naked Lunch]: SmartShops: Serão assim tão smarts?


Que são smartshops? São lojas que vendem drogas legalmente como se fossem produtos naturais – incensos, fertilizantes, cultivo… Estas são apenas algumas das categorias que encontram ao entrarem no site de uma das várias smartshops existentes. Isto até poderia ser algo “inofensivo” não fosse o desconhecimento acerca de muitas destas substâncias. Se um utente der entrada num serviço de saúde com uma intoxicação por álcool ou uma overdose de heroína, saberão como o tratar. Quando se dá entrada com alterações por uso de um desses “fertilizantes” a coisa já é outra.
Um dos aspectos mais grave desta situação é que estas lojas estão por aí ao alcance de qualquer um, legalmente, com os produtos sujeitos a 23% de iva! A própria descrição que vem na embalagem de um destes “fertilizantes”, “incensos”, etc diz “produtos não destinados ao consumo humano”.
Actualmente já são conhecidos casos de intoxicação com substâncias compradas nas ditas smartshops, mas em termos legais pouco ou nada se pode fazer. Ao provar-se que o produto tem malefícios apenas poderá ser tirado do mercado mas rapidamente aparecem mais 20 ou 30 novos sem qualquer tipo de avaliação/controlo.
Eu até consigo perceber que se queira experimentar umas coisas novas, beber uns copos... Se calhar por defeito de profissão vi tanta gente a sofrer por causa da dependência de álcool, surtos psicóticos em jovens por causa de um charro… que me assusta ver a leveza com que esta situação das smart shops está a ser (não) gerida.
Pouco ou nada sabemos sobre estas substâncias. Como profissional de saúde confesso um certo receio das surpresas que os produtos destas lojas inteligentes nos possam trazer.
Acham os meus receios infundados? Já experimentaram alguma destas substâncias? Conhecem algum caso de intoxicação?

Esperteza onde nos levas?

Ana Nunes da Silva

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

[Psicologia e Política]: Um dos Dois...


            Ultimamente, muito se tem falado de opções. Este Governo, o anterior… qual? Será que existem apenas estas duas opções? Certamente não será assim. Pelo menos, no que diz respeito às opções existentes.
            Em Junho do ano passado, nas últimas eleições legislativas em Portugal, concorreram 17 partidos/movimentos. Mas nos últimos 36 anos da nossa história, apenas 2 partidos, votados por maioria, e outro, na forma de coligação, tiveram funções governativas. Se sempre existiram outras opções que não estes 2 (3), porque são sempre estes os escolhidos? A resposta pode ser dada de forma científica.
            Tendo em conta uma população de 10.555.853 habitantes em Portugal, onde 9.624.354 podem votar (o que é impossível, mas será tema para outros fóruns, certamente!), e 5.585.054 o fizeram efectivamente, podemos partir do princípio que a amostra é normal e representativa do universo em causa. E sendo assim, esta população pode ser descrita numa Curva de Gauss. Esta curva descreve a distribuição normal de uma determinada população, e pode ser a explicação para a escolha partidária governativa. A imagem a baixo mostra a dita curva e suas percentagens, gerais.
            Com isto quero dizer que podemos distribuir a população ao longo da linha horizontal da Curva de Gauss, associando a ponta esquerda à esquerda partidária, e de igual forma, a ponta direita da linha à direita partidária. O centro da linha irá representar a divisão (ilusória) entre a esquerda e a direita partidárias.

            Em termos políticos (como em tudo o que a ciência e a psicologia, de forma mais específica, podem estudar) as pessoas tendem a encontrar-se nas posições centrais, mais abrangentes, do que nas posições mais direccionadas aos extremos, onde existirão menos indivíduos com a percepção direccionada nesse sentido. Esta poderá ser a explicação para que um partido, votado por maioria, possa perder a popularidade quando adopta atitudes e comportamentos de um dos extremos, existindo ai menor número de indivíduos que o percepcionem como normal. Esta pode ser também a razão para os partidos ditos de direita ou ditos de esquerda se entenderem melhor entre si do que com outros, mais afastadas de si na tal linha horizontal.
            É de admitir que estas percentagens são variáveis de ano para ano, de situação para situação, de contexto para contexto, mas é importante ter em conta que estas percentagens variam de forma mais severa com situações marcantes e pesadas na história local, como por exemplo, a crise actual. A imagem a baixo mostra a dita curva com exemplo da distribuição dos partidos com assento parlamentar.

 
            Por fim, relembro que a esta linha, no que toca a política, têm der acrescentadas variáveis, como a situação socioeconómica, a zona habitacional, os contextos históricos, etc. Mesmo assim, parte-se do princípio que estas variáveis já pressupõe uma distribuição normal de igual forma pela população.    

             Na próxima publicação, irei aprofundar um tema consequente a este, onde as percepções dos indivíduos se dividem também e mostram as suas preferências.

Tiago A. G. Fonseca