segunda-feira, 26 de novembro de 2012

[Psicologia e Política]: Um dos Dois...


            Ultimamente, muito se tem falado de opções. Este Governo, o anterior… qual? Será que existem apenas estas duas opções? Certamente não será assim. Pelo menos, no que diz respeito às opções existentes.
            Em Junho do ano passado, nas últimas eleições legislativas em Portugal, concorreram 17 partidos/movimentos. Mas nos últimos 36 anos da nossa história, apenas 2 partidos, votados por maioria, e outro, na forma de coligação, tiveram funções governativas. Se sempre existiram outras opções que não estes 2 (3), porque são sempre estes os escolhidos? A resposta pode ser dada de forma científica.
            Tendo em conta uma população de 10.555.853 habitantes em Portugal, onde 9.624.354 podem votar (o que é impossível, mas será tema para outros fóruns, certamente!), e 5.585.054 o fizeram efectivamente, podemos partir do princípio que a amostra é normal e representativa do universo em causa. E sendo assim, esta população pode ser descrita numa Curva de Gauss. Esta curva descreve a distribuição normal de uma determinada população, e pode ser a explicação para a escolha partidária governativa. A imagem a baixo mostra a dita curva e suas percentagens, gerais.
            Com isto quero dizer que podemos distribuir a população ao longo da linha horizontal da Curva de Gauss, associando a ponta esquerda à esquerda partidária, e de igual forma, a ponta direita da linha à direita partidária. O centro da linha irá representar a divisão (ilusória) entre a esquerda e a direita partidárias.

            Em termos políticos (como em tudo o que a ciência e a psicologia, de forma mais específica, podem estudar) as pessoas tendem a encontrar-se nas posições centrais, mais abrangentes, do que nas posições mais direccionadas aos extremos, onde existirão menos indivíduos com a percepção direccionada nesse sentido. Esta poderá ser a explicação para que um partido, votado por maioria, possa perder a popularidade quando adopta atitudes e comportamentos de um dos extremos, existindo ai menor número de indivíduos que o percepcionem como normal. Esta pode ser também a razão para os partidos ditos de direita ou ditos de esquerda se entenderem melhor entre si do que com outros, mais afastadas de si na tal linha horizontal.
            É de admitir que estas percentagens são variáveis de ano para ano, de situação para situação, de contexto para contexto, mas é importante ter em conta que estas percentagens variam de forma mais severa com situações marcantes e pesadas na história local, como por exemplo, a crise actual. A imagem a baixo mostra a dita curva com exemplo da distribuição dos partidos com assento parlamentar.

 
            Por fim, relembro que a esta linha, no que toca a política, têm der acrescentadas variáveis, como a situação socioeconómica, a zona habitacional, os contextos históricos, etc. Mesmo assim, parte-se do princípio que estas variáveis já pressupõe uma distribuição normal de igual forma pela população.    

             Na próxima publicação, irei aprofundar um tema consequente a este, onde as percepções dos indivíduos se dividem também e mostram as suas preferências.

Tiago A. G. Fonseca

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