Na sequência da leitura
da notícia “40% dos homicídios estão relacionados com problemas de álcool” (18/03/2013), comecei a esboçar mentalmente
este post.
Soube logo sobre o que
queria escrever mas confesso que levei algum tempo até encontrar um título que
me satisfizesse…
Ao longo da notícia
podemos ler sobre uma série de estatísticas das consequências dos consumos: 40%
dos homicídios estão relacionados com problemas de álcool; mais de 40% das situações
sinalizadas às comissões de protecção de crianças e jovens pertencem a famílias
com problemas de alcoolismo; estima-se que cerca de 30% dos acidentes
rodoviários, assim como 25% da sinistralidade laboral estejam associados a
consumos de álcool...
Pensei que um bom título seria
“álcool e problemas legais”, que mais poderia ser? Mas o que estava na minha
mente ao ler a notícia era a ideia de quão aceite são os consumos de álcool na
nossa sociedade, quão presente o álcool está nos nossos costumes, rituais, nos
momentos considerados mais importantes da nossa vida (“vamos fazer um
brinde!”).
Assim, este post não se poderia
chamar “álcool e problemas legais”. Penso que isso iria tirar de certa forma a
responsabilidade social, de todos nós, neste problema. Quando
se lê “em Portugal, morrem cerca de 7.000
pessoas por ano devido a problemas ligados ao álcool, sendo
assim considerado o terceiro de 26 factores de risco de doença, depois do
consumo de tabaco e da hipertensão arterial” assusta!
Parece inconsistente uma substância
que tem tantas consequências nefastas para o ser humano ser também tão
acarinhada e figura indispensável e de referência no nosso dia-a-dia. Ser
anunciada inclusivamente como uma referência do nosso país (vejam os outdoors
da cerveja sagres).
Não quero ser mal interpretada, eu
gosto de um belo copo de moscatel! Mas olho para estes dados e penso “o que
pode ser feito? O que é que nós enquanto sociedade podemos fazer? Ou o que é
que tem sido mal feito até aqui?”
Para já não tenho respostas, só
muitas questões. A única coisa que eu sei é que este post não se podia chamar
“álcool e problemas legais”…
Ana Nunes da Silva
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