Ultimamente
tem sido tópico de algumas conversas de café a dificuldade que é encontrar
emprego após finalizado o Mestrado em Psicologia. São diversos os desafios que
cada um de nós enfrenta no dia-a-dia, quer seja pela dificuldade de acesso à
ordem, ou a estágios remunerados ou pior, não encontramos efectivamente algo
que corresponda às nossas expectativas.
Aqui,
muitas vezes, a única solução que temos é adaptarmo-nos à situação actual e
repensarmos as nossas prioridades e as nossas motivações de carreira. Deste
modo, a nossa adaptação não deverá passar por uma abordagem cega aos problemas,
mas devemos antes privilegiar uma análise cuidada da nossa situação actual, do
nosso background e do nosso futuro.
Muitas
vezes surge a questão: É boa ideia mudar de “especialidade”?
A
resposta a esta pergunta depende efectivamente de cada um, não há, neste
momento, a possibilidade de afirmarmos se é certo ou errado uma pessoa de
clínica vir trabalhar para a área de recursos humanos ou vice-versa. A verdade
é que cada um de nós, mais do que ninguém, tem que encontrar o caminho que
melhor o conduz ao seu destino, sendo que esse destino pode ser a anos de luz
do que tinha perspectivado inicialmente. No contexto actual, a capacidade de
adaptação surge como uma das competências mais importantes para os
recém-licenciados de todas as áreas e mais ainda naquelas de conhecida baixa
empregabilidade.
Portanto,
enquanto a ordem não ditar as fronteiras, nós podemos procurar o nosso caminho,
a situação da empregabilidade dos psicólogos em Portugal é complexa, mas não
vamos desistir.
Inês
Lemos
1 comentário:
Interessante esta temática. Penso que as "especialidades", como diz a autora, é um "pau de dois bicos", como diz o povo. Concordo plenamente quando diz que os recém-formados necessitam de se adaptar aos contextos que surgem mas, quanto a mim, com regras.
Dá-nos o exemplo dos clínicos que vão para RH e, não querendo ofender susceptibilidades, sabemos que há muitos outros profissionais a fazer RH sem ser psicólogos, o que me leva a crer que talvez seja uma área mais "facilmente adaptável". Contudo, se os RH decidissem fazer clínica ai mudava de figura. Não significa com isto que não sejam capazes até porque julgo terem formação necessária, provavelmente não tão "especializada", mas capaz.
Ó grande problema que me ocorre é quando, em nome da necessidade de ser efectivo na OPP, os recém-formados "aceitam" estágios totalmente diferentes da sua formação. Parece-me que andamos a estudar dois anos numa determinada área, com o intuito de sermos "especialistas", mas num surrealismo desfasado da realidade que se avizinha.
Quando ao título, e tentando sintetizar, penso que as especialidades são necessárias sim. Um pouco ao exemplo da medicina, quando temos um problema de pele vamos ao dermatologista e não a outra especialidade, na psicologia deveria funcionar de forma semelhante. A própria OPP deveria fomentar a existência de áreas de especialidade, quem sabe os ditos colégios, mas também "dar espaço" aqueles que gostam de ser "clínicos gerais", que existem sim, não como uma "especialidade" mas como um subgrupo a que chamamos ecléticos. Nomes pomposos para uma realidade há muito existente.
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