Antes de mais bom ano a
todos!
Para fechar o ciclo das
smartshops nada melhor do que a notícia “Governo aguarda parecer para pôr
fim às smartshops”. Já não era sem
tempo! Apesar do título falar em “pôr fim” quando lemos a notícias percebe-se
que o objectivo é “limitar venda de drogas legais e exigir período de
teste antes de serem colocadas no mercado.
Segundo a
notícia do jornal Sol online de dia 6
de Janeiro “O
parecer em causa irá determinar a forma como será realizada a quarentena dos
produtos: um mecanismo que obriga as novas substância que surgem no mercado a
ficar em teste durante algum tempo para se verificar se são perigosas para a
saúde.”
Contudo depois de ler todo o conteúdo fiquei um pouco confusa. Algures no
final da notícia vem a referência à posição das smartshops: “O
certo é que esta nova legislação está a preocupar os responsáveis das
smartshops. A Stepet – que detém as lojas Magic Mushroom – prepara-se para
apresentar na próxima semana ao Ministério da Saúde e aos deputados uma
proposta onde defende ser «mais prejudicial para a população proibir este tipo
de substâncias do que regular o sector».”
Então mas não é mesmo
isso que está a ser feito? A regulação destas substâncias? Permitir só por
permitir já se viu que não é muito positivo, ainda por cima quando são
disfarçadas de adubos, sem qualquer responsabilidade para as ditas lojas. Claro
que podemos sempre entrar pela já habitual controvérsia do legal versus ilegal e quem ganha com isso.
A análise destas
substâncias fará com que seja mais fácil a sua regulação. Eventualmente poderia
ser também o passo para a regulação de outras substâncias…? O que é que acham?
Que implicações têm as permissões vs
proibições do ponto de vista psicológico?
Segue abaixo o link da notícia
Ana
Nunes da Silva
2 comentários:
Olá a todos!
Parece-me que esta polémica e debate constante são um tanto "pouquinho". Será que a imposição de uma mera lei (dentro das várias que dizem respeito aos estupefacientes) é suficiente para proteger os cidadãos e, neste caso (mais urgente ainda), os mais jovens portugueses?
Ao invés de passarem o tempo todo a discutir na assembleia, tratem de pensar numa intervenção urgente e apoiar os que estão dispostos a tal. Não me parece que toda esta polémica seja suficiente para combater os danos que este fenómeno causa, já desde 2008.
Sejamos realistas: o maior problema continua a ser a falta de clareza que gira em torno do assunto DROGA.
Sugiro que leiam a página 31 do seguinte link, para que possam refletir sobre esta questão que, infelizmente, ainda foi pouco pensada: http://www.dependencias.pt/ficheiros/produtos/1357903413Dep_Dezembro.pdf
Olá Joana, antes de mais obrigada pelo sei comentário.
Não posso deixar de concordar consigo no que concerne aos aspectos da prevenção e intervenção e tudo o que ainda se pode fazer nesse sentido. Contudo, em Portugal muito se tem feito no âmbito das toxicodependências sendo que nesta área somos mesmo um país de referência na Europa!
A legislação será apenas mais um dos aspectos a ter em conta, mas penso que não deixa de ser importante. Do ponto de vista técnico o desconhecimento destas substâncias cria grandes dificuldades no campo da intervenção. Como já aqui referi no blog, se um utente chegar a uma urgência hospitalar com uma overdose de heroína ou intoxicado com álcool os técnicos saberão o que fazer. Destas substâncias pouco ou nada se sabe. E como sabemos a acessibilidade também pode facilitar os consumos (apesar de não ser o único especto a influenciar!) principalmente numa fase como a adolescência onde é característica a vontade de experimentar coisas novas, correr riscos, desafiar…
Penso que são tudo aspectos relevantes. Poderemos fazer ainda a reflexão no que concerne ao tabaco – a realidade é que as pessoas não deixaram de fumar por ser proibido fumar em determinados locais, como restaurantes, cafés, centros comerciais… mas efetivamente isto contribuiu para a redução do consumo e para que várias pessoas decidissem efectivamente deixar de fumar. Uma outra lei que está em vigor em alguns países é o não ter tabaco exposto para venda e parece que esta medida também está a contribuir para a redução dos consumos.
Não será efectivamente a única solução para esta problemática das substâncias das smart shops mas penso que há um caminho a percorrer e a legislação com certeza será um desses aspectos.
Mais uma vez Joana obrigada pelo seu comentário!
Ana Nunes da Silva
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