Todas as culturas as têm, mais ou
menos carregadas, com mais ou menos impacto social, com mais ou menos
identificação cultural, mas é certo que
elas são parte integrante de cada pessoa, integrada na cultura a que pertence, definindo-a
e distinguindo-a entre sociedades.
A imagem seguinte mostra uma
tradição de grande história em Portugal, comparando a sua imagem de marca “tradição”
com outras presentes num passado.
Antes de mais quero esclarecer que
não importa aqui a minha posição face às tradições mencionadas. Importa
levantar algumas questões psicológicas que interferem na nossa posição face a
essas tradições.
Sabe-se que desde sempre existiu
necessidade de passar às gerações seguintes o conhecimento das gerações
anteriores. Isto acontece devido à noção da mortalidade do Homem, e faz-se através
da realização de actividades que promovam a identificação dos povos. Com estas práticas, os conhecimentos e
costumes de uma sociedade são transmitidos, e é assegurada a continuidade de
uma tradição, de uma cultura, de uma sociedade. Podemos dizer que será tão mais
duradoura uma população, quanto mais tempo souber preservar as suas tradições,
os seus costumes e a sua cultura.
Com o avançar do tempo surgiu uma
questão moral associada às tradições: algumas delas têm impacto directo nas
diferentes opiniões da população, dentro de uma mesma cultura.
A associação directa a este fenómeno
tem a ver com o avançar dos tempos e a disponibilidade da informação a todos
elementos de uma população, que cria algo impensável há muitos, muitos anos:
dentro de uma mesma população, com uma mesma cultura, existem diferentes
opiniões, que se reflectem em diferentes visões de uma mesma tradição.
O que é motivo de orgulho para uns,
não é para outros. O que é alvo de identificação para uns, não o é para outros.
Mas então, o que acontece em termos
psicológicos? O que leva a mudanças nas tradições? O que leva à sua manutenção?
O
que deve ser ponderado é o que pesa mais na nossa opinião. O que é de mais
fácil aceitação. O que nos trás mais motivos de orgulho no que somos e no que pertencemos.
O que nos dá mais momentos prazerosos.
Muitas
das vezes, o que pesa nestas premissas é o hábito e o medo de mudança, e não a actividade
em si. Como será se for diferente?
Outra
dificuldade é na visualização da possibilidade. Dá para ser diferente?
Importa
agora pensar que tradições queremos – e devemos – passar Às futuras gerações.
Este pensamento é demonstrado quando vemos as outras tradições apresentadas na
imagem. Umas desaparecem, outras modificam-se e outras mantêm-se.
O esquema psicológico onde nos
movemos diariamente é o mais fácil. Mudar custa. Sejam tradições, sejam simples
comportamentos idiossincráticos, que de simples, pouco têm.
Existem
vários tipos de elos que nos unem enquanto pessoas de uma mesma sociedade,
enquanto pessoas de uma mesma cultura, de uma mesma população. Somos da mesma
vila, da mesma cidade, do mesmo país, falamos a mesma língua, temos a mesma
formação, somos do mesmo clube. As actividades
tradicionais unem estes grupos e dão-lhes – mais e maior – significado.
Tiago
A. G. Fonseca
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