Trabalhei a
fundo na minha dissertação de mestrado (Fonseca & Vasco, 2011) os conceitos
de Controlo e de Cedência deste. A esta última, devido a questões gramaticais
do nosso português, demos, mais tarde, o nome de Cooperação.
Definimos estes conceitos como
necessidades psicológicas, sendo estas as nossas conceptualizações das mesmas:
A necessidade psicológica de
controlo de um indivíduo é assim definida “como
a procura de controlo de forma adaptativa, permitindo realizar uma avaliação
realista do que pode e deve controlar, seja no próprio, nos outros ou no meio.
Permite também estabelecer objectivos e definir como os atingir, capacitando a
acção adequada às situações, escolhendo os comportamentos indicados para
promover a adaptação. Contribui para a sensação de bem-estar, consigo e com os
outros, mediante a percepção de controlo sobre a sua capacidade para
influenciar o meio.”
A
necessidade psicológica de cedência de um indivíduo é assim definida “pela capacidade de ceder o seu controlo
pessoal ou do meio, na aceitação da cooperação e colaboração com os outros para
a obtenção de objectivos comuns a um colectivo, também importantes para o
próprio. Assim, existe partilha de controlo com outros indivíduos, colaborando
em tarefas específicas e acordadas. Contribui para a sensação de bem-estar,
consigo e com os outros, num sentimento partilhado de pertença a um colectivo
cooperante.”
Recentemente
encontrei duas imagens que demonstram a combinação e equilíbrio necessário
entre Controlo e Cooperação, que passo a partilhar convosco.
Nesta
primeira podemos ver o exercício do controlo pessoal, onde cada sujeito
funciona para si, para os seus objectivos. No entanto, as situações do meio
obrigam a funcionar com outros sujeitos, o que obriga à necessidade do equilíbrio
do controlo com a cooperação, onde ambos funcionam cooperativamente,
partilhando controlo pessoal, cedendo algum do mesmo.
Nesta
segunda imagem, partindo dos pressupostos já explanados anteriormente, podemos
observar o equilíbrio inverso. Numa situação que obriga à cooperação como é a
navegação marítima, quando o meio assim o define, é necessário que se cedam
limites pessoais para o alcançar de objectivos comuns. Partilhando o espaço, os
sujeitos encontram uma forma comum de se adaptar.
Com
estas duas imagens, e a visão deste necessário equilíbrio entre o Controlo e a
Cooperação, é percebida a importância destes constructos enquanto necessidades
psicológicas vitais do Self. Estas
mostram ser centrais para o bom funcionamento e adaptação dos indivíduos, pois
são transversais à grande maioria das situações do dia-a-dia.
Tiago
A. G. Fonseca
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