domingo, 4 de maio de 2014

“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”


“Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.”

            Não, deixou de o ser. O que era continuou a sé-lo. Mas a avaliação “impossível” é que veio de alguém diferente. Pensamento diferente, percepção diferente, esquemas diferentes. Limitações subjectivas que a tendência Humana empurra e atribui aos outros. O que eu achar impossível para mim, assim o terá de ser para os outros.

            Mas outros, não sabendo da minha avaliação, criam a sua. E a sua é, obrigatoriamente, diferente das anteriores. Podem ter as mesmas palavras nas conclusões retiradas, mas os caminhos que a levaram até lá foram diferentes. E mantêm os comportamentos a ocorrer diferentes também. Isto ocorre pois a percepção dos estímulos envolventes às situações são entendidas por cada um com base nas suas experiências anteriores, e isso, como é entendido, é idiossincrático. Uma mesma situação é entendida por cada indivíduo de forma diferente. Variando entre indivíduos, varia ainda em cada momento do mesmo, pois face a situações semelhantes, temos respostas diferentes ao longo do tempo.
            Se a avaliação da situação não é de que a mesma é impossível, os esquemas criados para a mesma não a mostram como tal. Assim, as limitações do funcionamento esquemático são diferentes, mais abertas, menos rígidas, e permitem uma melhor adaptação face à mesma. A conclusão será, assim, a mais adaptativa possível no sentido do objectivo desejado de acordo com os comportamentos realizados.

            A atribuição de rótulos baseados em avaliações de terceiros levam-nos a erros de percepção para as situações do dia-a-dia. Algumas, como diz a história espelhada nos provérbios e fado cultural de um povo, ajudam-nos a viver melhor, evitando isto e aquilo, como um guia tradicional a realizar. Outros, inibem experiências e desenvolvimento pessoal, pensamento crítico e acção geradora de bem-estar.
            A distinção entre ambas é essencial para a melhor adaptação dos indivíduos que potencie o seu desenvolvimento enquanto seres Humanos, Pessoas, Cidadãos, e todos os outros papeis que, bem ou mal, temos na sociedade.

            Tiago A. G. Fonseca

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