“Não
sabendo que era impossível, foi lá e fez.”
Não, deixou de o ser. O que era
continuou a sé-lo. Mas a avaliação “impossível” é que veio de alguém diferente.
Pensamento diferente, percepção diferente, esquemas diferentes. Limitações
subjectivas que a tendência Humana empurra e atribui aos outros. O que eu achar
impossível para mim, assim o terá de ser para os outros.
Mas outros, não sabendo da minha
avaliação, criam a sua. E a sua é, obrigatoriamente, diferente das anteriores.
Podem ter as mesmas palavras nas conclusões retiradas, mas os caminhos que a
levaram até lá foram diferentes. E mantêm os comportamentos a ocorrer
diferentes também. Isto ocorre pois a percepção dos estímulos envolventes às
situações são entendidas por cada um com base nas suas experiências anteriores,
e isso, como é entendido, é idiossincrático. Uma mesma situação é entendida por
cada indivíduo de forma diferente. Variando entre indivíduos, varia ainda em
cada momento do mesmo, pois face a situações semelhantes, temos respostas
diferentes ao longo do tempo.
Se a avaliação da situação não é de
que a mesma é impossível, os esquemas criados para a mesma não a mostram como
tal. Assim, as limitações do funcionamento esquemático são diferentes, mais
abertas, menos rígidas, e permitem uma melhor adaptação face à mesma. A
conclusão será, assim, a mais adaptativa possível no sentido do objectivo
desejado de acordo com os comportamentos realizados.
A atribuição de rótulos baseados em
avaliações de terceiros levam-nos a erros de percepção para as situações do
dia-a-dia. Algumas, como diz a história espelhada nos provérbios e fado cultural
de um povo, ajudam-nos a viver melhor, evitando isto e aquilo, como um guia
tradicional a realizar. Outros, inibem experiências e desenvolvimento pessoal,
pensamento crítico e acção geradora de bem-estar.
A distinção entre ambas é essencial
para a melhor adaptação dos indivíduos que potencie o seu desenvolvimento
enquanto seres Humanos, Pessoas, Cidadãos, e todos os outros papeis que, bem ou
mal, temos na sociedade.
Tiago A. G. Fonseca
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