Um
tema que surge frequentemente associado aos Idosos é o isolamento.
A perda, na
maior parte dos casos, da rede social associada à actividade laboral, com a
reforma, e a saída dos filhos de casa marcam o início do que para muitos é o
princípio do fim da vida. A rampa final onde simplesmente se padece e
pacientemente se espera.
Um
dos factores deste isolamente é a perda dos familiares e amigos da mesma idade
que vão perecendo ao longo dos anos e, previsivelmente, com o avançar dos anos
estas perdas tornam-se mais numerosas, criando maiores vazios na rede social
destas pessoas.
Estes
sobreviventes da sua geração além de lidarem com as suas perdas relacionais vão
perdendo algumas das características que a sociedade moderna tanto valoriza,
como a velocidade, a flexibilidade, a agilidade na adaptação, e a juventude,
ficando ainda mais isolados da restante sociedade.
Apesar
do tom deste discurso não pretendo ignorar que há excepções a esta regra, no
entanto esta é a regra quando se fala e pensa acerca dos idosos, a visão
pessimista do desenvolvimento prevalece. Por isso gostaria de deixar aos
leitores uma reflexão acerca do isolamento, ou será da percepção do mesmo? E
percepção de isolamento por parte de quem vive esta etapa da vida ou de quem a
olha de fora? Estarão os idosos mais sozinhos do que os jovens? Será que
existem diferenças entre os idosos que vivem na cidade, rodeados de casas
vazias todo o dia e de pessoas que não sabem o seu nome e os que vivem nas
aldeias onde sempre viveram mas longe das oportunidades de socialização urbanas?
E ainda estarão os idosos religiosos mais sós do que os agnósticos?
Gostava
de contar com as vossas ideias acerca da solidão envelhecida.
Ana
Carla Nunes
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