Estar
triste ou contente, uma questão de foco?
Num período em que cada
vez mais as pessoas se focam nas coisas más, nas notícias desanimadoras que
recebemos na rua ou nos jornais, no que ainda falta fazer, em todos os sonhos
que queriam alcançar e no facto de não o conseguir, proponho uma reflexão.
O que é diferente em
nós quando estamos tristes ou contentes? Peço-lhe que pense um pouco nas
diferenças que encontra nas situações que se lembra da sua vida. Penso ser um
pouco comum que quando estamos tristes achamos que não somos capazes de fazer
algo diferente, não temos esperança em que as coisas melhorem, não temos
vontade de falar com as pessoas, nem sabemos como o fazer, não pensamos de uma
forma desafiadora em sonhos. Quando estamos contentes tudo parece mais fácil,
as pessoas falam connosco sem que tenhamos de fazer algo para que isso
aconteça, as conversas acontecem de forma espontânea, parece que vemos sorrisos
à nossa volta e temos vontade de transformar as caras tristes.
Porque não pensar em
transformar a também a nossa cara triste? Não lhe peço para fingir que está
tudo bem, para entrar num mundo imaginário em que só acontecem coisas boas.
Peço-lhe sim para dar atenção também às coisas boas que lhe acontecem, para as
equilibrar com as coisas menos boas, para ter um papel activo no seu próprio
bem-estar. É como se tivéssemos uma balança dentro de nós, onde precisamos de
colocar peso num dos pratos para se equilibrar e sentirmo-nos melhor. Se
respeitarmos o que estamos a sentir e nos acarinharmos quando estamos tristes,
podemos ganhar maior noção do que precisamos e movimentar recursos para
satisfazer aquilo que precisamos nesse momento. O que precisa neste momento? O
que acalmaria aquilo que está a sentir? O que pode fazer por si? Que prenda
pode dar a si próprio/a?
Caminhos diferentes podem
levar a destinos diferentes, só não levam se não tentarmos. E se não tentarmos,
chegaremos ao mesmo destino a que temos sempre chegado, um destino que estamos
cansados de conhecer, e que não nos traz novidade. Incluir novidade na sua vida
pode ser uma forma de sair da rotina monótona e triste em que tem estado, pode
ser o combustível que precisa para mudar um dia de cada vez, para sair de casa
com mais força, para responder melhor quando alguém fala consigo.
Desafie-se a si próprio
e às velhas formas de pensar. Será mesmo que nunca teve conquistas? Será mesmo
que ninguém gosta de si? Tem assim tanta certeza de que as coisas não poderão
ser diferentes? Quais serão as consequências de pensar de uma forma derrotista?
Vamos fazer diferente amanhã?
Ana Sousa