Nós de Prata - A identificação das
necessidades nas famílias
Tinha
uma árvore no quintal.
Da
árvore caíram as folhas.
Quando
estava em baixo, não tinha sombra.
Quando
estava em cima, não tinha colo.
Os sistemas eclodem, celebram
e necessitam, como parte da transformação. De todas as gavetas vemos uma que
nunca se fecha: imergir em si, na unificação dos seus processos de vida. No
compromisso, no júbilo e na autonomia dos vínculos. Esta imersão perfura a
ecologia, sem rei, origem e causa.
Quando um sistema
identifica necessidades, dificilmente são a do sistema, mas criadas pelos
modelos e separadas do sistema. E nestes pedais, se quisermos estes pedais, quantas
vezes as necessidades são identificadas pelo próprio? Quantas vezes são separadas
as necessidades? Transformemos o role-play
em verdadeira terapia.
Transformemos e
transformem a necessidade apenas numa palavra, enchendo-a com os
intervenientes. Activos e transformadores da própria necessidade.
Dimensionemos e
dimensionem a necessidade, numa relação activa com os recursos, na arte do
barro do que precisamos.
Escolhamos e escolham a
direcção, que começa no ambiente ou na necessidade.
Seja assim a necessidade: não o ponto
cego da vida de um sistema, mas o único miradouro onde se sentam ao final do dia
e que os liga à memória.
E numa família
salpicada de precisar, há a oportunidade das parcelas - a força colaborativa,- mas
também existe com eles a força una e integrativa. E a questão recria-se no sujeito
e no verbo: de que forma podemos transformar as necessidades com o que
temos/somos?
No final do dia, a necessidade
que foi superada foi única que não se identificou. Não era de ninguém.
Ana Rita Caldeira
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