quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

[Mudança]: Nós de Prata

Nós de Prata - A identificação das necessidades nas famílias

Tinha uma árvore no quintal.
Da árvore caíram as folhas.
Quando estava em baixo, não tinha sombra.
Quando estava em cima, não tinha colo.

Os sistemas eclodem, celebram e necessitam, como parte da transformação. De todas as gavetas vemos uma que nunca se fecha: imergir em si, na unificação dos seus processos de vida. No compromisso, no júbilo e na autonomia dos vínculos. Esta imersão perfura a ecologia, sem rei, origem e causa.
Quando um sistema identifica necessidades, dificilmente são a do sistema, mas criadas pelos modelos e separadas do sistema. E nestes pedais, se quisermos estes pedais, quantas vezes as necessidades são identificadas pelo próprio? Quantas vezes são separadas as necessidades? Transformemos o role-play em verdadeira terapia.
Transformemos e transformem a necessidade apenas numa palavra, enchendo-a com os intervenientes. Activos e transformadores da própria necessidade.
Dimensionemos e dimensionem a necessidade, numa relação activa com os recursos, na arte do barro do que precisamos.
Escolhamos e escolham a direcção, que começa no ambiente ou na necessidade.
Seja assim a necessidade: não o ponto cego da vida de um sistema, mas o único miradouro onde se sentam ao final do dia e que os liga à memória.
E numa família salpicada de precisar, há a oportunidade das parcelas - a força colaborativa,- mas também existe com eles a força una e integrativa. E a questão recria-se no sujeito e no verbo: de que forma podemos transformar as necessidades com o que temos/somos?
No final do dia, a necessidade que foi superada foi única que não se identificou. Não era de ninguém.


Ana Rita Caldeira

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