A ordem pública é
considerada uma conduta de interacção social pacífica, que está relacionada com
o civismo. As ofensas contra esta ordem interferem com a capacidade das pessoas
em realizar actividades quotidianas, em utilizar o espaço público ou mesmo propriedade
privada.
Philip
Zimbardo, um psicólogo de Stanford, realizou em 1969 algumas experiências para
testar a teoria das janelas partidas. Arranjou dois automóveis sem matrículas,
tendo estacionado um no Bronx e outro em Palo Alto nos E.U.A. (saliente-se que
o primeiro local será mais degradado e com mais criminalidade que o outro). O
automóvel do Bronx foi vandalizado depois de dez minutos do seu abandono,
enquanto que o outro permaneceu intacto por mais de uma semana. Depois de
constatar esta situação, Zimbardo partiu uma janela do carro intacto e algumas
horas depois, este também terá sido vandalizado e destruído. Quando observamos
a vandalização de um local, percepcionamos automaticamente desinteresse e
abandono, levando a que se repercutam este tipo de comportamentos.
Wilson
e Kelling (1982) extrapolaram esta experiência para o policiamento nas ruas.
Estes investigadores partiram também de dados que lhes transmitiram que apesar das taxas de criminalidade não
diminuírem, o policiamento de proximidade fazia com que os residentes da comunidade
se sentissem mais seguros, ao serem assistidos de uma forma mais directa.
É
possível concluir-se que a desordem cria
medo entre as pessoas, e que a nossa
percepção do que é seguro ou inseguro está muitas vezes ligada à degradação de
um local, mesmo que este até nem possua elevada criminalidade. Como
exemplo, podemos verificar a reabilitação de espaços degradados, como a
Mouraria, que ao tornarem-se mais seguros levaram a que se despoletasse um
maior interesse por parte das pessoas em visitar. Também na situação acima
mencionada, a polícia de proximidade terá elevado o nível de ordem pública
naqueles bairros e consequentemente a percepção de segurança.
Se
certos comportamentos incorrectos são ignorados, depreende-se desinteresse,
podendo levar assim a crimes mais graves.
Ana Lopes
Vito, G. & Maahs,
J. (2012). Criminology:
Theory, Research and Policy (3ª Ed.). Sudbury: Jones & Bartlett Learning.
Wilson, J. & Kelling, G. (1982). Broken windows: The police and
neighborhood safety. Atlantic Monthly.
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