sábado, 20 de julho de 2013

[Mudança]: Do know how ao kick-off


Do know how ao kick-off
Quantos estrangeirismos são necessários numa empresa?

"Today is the same as everyday, but yesterday is not today" Noiserv

Breve introdução: sou um dos parafusos de uma estrutura que gere equipas numa guerrilha de motivações. A empresa chama-se Connecta Group, um Contact Center no centro de Lisboa onde, no espectro organizacional, traça orgulho no seu capital humano. Miséria, sempre a minha, que escrevo sobre pedaços reais de horas e de pessoas: não experimentei de forma diferente, nas palavras sobre a organização com a qual partilho quase dois anos.
Comecemos: esperamos numa empresa a veemência das pessoas ao pensar, ao dizer e ao fazer, sendo o último movimento da trilogia o desafio latejante. Em critérios organizacionais e no dicionário dos stakeholders, do target, dos skills, dos briefings, do outplacement, do networking e do empowerment, sentimo-nos ás de espadas do itálico. Tudo se prevê obediente aos paradigmas.
Na empresa onde trabalho vivo com poucos estrangeirismo e muitos "actualogismos" da prática, que ainda se chamam aprendizagem, suporte, pragmatismo, método, curiosidade e por aí na viagem, nas estações que já nem sempre são tendências de livros ou artigos.
Por quantas estações passamos numa organização? Que palavras temos de usar para fazer acontecer? E assim, terminam as pontuações das histórias dos heróis nas empresas e começamos a falar de Profissionais de Mudança, onde o trabalho não se conclui, nem se pode concluir. Onde o trabalho temporário ganha tempo e pode ficar.
Primeiro choque: as ideias, as motivações. As pessoas, as pessoas que já não são românticas laborais, as que já não depositam motivação no trabalho - em qualquer trabalho -, nas funções humanas de elaboração, nas razões para o fazer.
Segundo choque: começar; não agir motivado no trabalho - em qualquer trabalho - . Gerir pessoas em equipas significa ser, também, arqueólogo de realidades.
Choques adversos: antes de gerir, fazer querer estar. Falo na motivação, falo nos hábitos, falo na mudança. Como se antes do sumo, fosse plantado o fruto. Então gerir pessoas em equipas significa ser, também, agricultor de pensamentos.
Choques colaterais: nas empresas tem que acontecer e as palavras perdem a força em milésimas de ócio. Então gerir pessoas em equipas significa ser, também, escultor de acções.
E expirando tanta manufactura, descobri que uma empresa colecciona histórias, métodos criativos contra o relógio e sinergias que convergem, depois de algumas colisões.
Na empresa onde eu trabalho vivem poucos estrangeirismos; não há receitas;  não há bibliografia só lida valha quando, ao fim e ao cabo, trabalhamos tão somente para pessoas. E por isso, a mudança nem começa, nem acaba: passa por nós e nós também por ela.
Não vos entrego conclusão.

Ana Rita Caldeira

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