Disse Aristóteles que “there is only one way to avoid criticism: do
nothing, say nothing, and be nothing”.
Chamo a atenção para o facto de o autor ter vivido
entre os anos 384 e 322 a.c.
Há mais de 2300 anos, esta era já
uma preocupação da comunidade: como evitar ser criticado? Como agir sem o ser?
Eu questiono o contrário. É suposto
não sermos? Não haverá sempre quem discorde? Peremptoriamente, sim. E só assim
faz sentido. Só assim podemos evoluir e criar, pois a crítica serve de
avaliação, de julgamento. É o modo como os outros, os que vêm de fora,
manifestam a sua opinião sobre o “do”,
o “say” e o “be”.
Mas desta mesma forma, e também
peremptoriamente, digo que é preciso perceber as motivações desse criticismo.
Pessoais ou colectivas? Verdadeiras ou falsas? Com que objectivos?
Mais do que criticar, é preciso
saber quando o fazer. É preciso saber o porquê de o fazer e não se enganar o
próprio em “crítica pela crítica”, sem forma ou conteúdo, defendendo o que não
se acredita pelo bem próprio e não comum.
Volto à época de vivência do autor.
A sociedade, cada vez mais crítica, não consegue evoluir da crítica à acção, do
pensamento ao movimento, do conformismo à motivação. É necessário criticar
construtivamente, e para isso, a receita é apenas uma: passar da hétero-crítica
para a auto-crítica. É uma evolução, é um trabalho. Como disse numa publicação
anterior, “o trabalho mais difícil é o
que fazemos em nós próprios”, mas também é o mais duradouro e o que produz
mais resultados.
A crítica é o que faz a sociedade
andar. Mas a crítica pela crítica é o que a faz estagnar.
Tiago A. G. Fonseca
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